São muitos os problemas que a inatividade física provoca e você já deve ter sido alertado sobre isso. Dentre eles, está a dor lombar que, por levar à incapacidade, redução da funcionalidade e afastamento no trabalho, merece nossa atenção.

As causas da dor na coluna podem ser variadas, incluindo doenças musculoesqueléticas, lesões no disco intervertebral, espondilose e radiculopatia. Um conjunto de fatores associados, como gênero, idade, renda, tabagismo, trabalho físico extenuante, obesidade, presença de outras doenças crônicas e o estilo de vida sedentário contribuem para o surgimento das lesões na coluna.

Uma informação importante é que tanto o fato de ser sedentário ou praticar pouca atividade física, quanto o fato de praticar atividade física de forma exagerada, favorecem o aparecimento de quadros de dor na coluna. Sim, exercício muito intenso e pesado não é considerado benéfico para a saúde por levar à fadiga, sobrecarga muscular e articular.

Por outro lado, o que acontece com a falta de exercícios é que os músculos, sem força e tônus, deixam de desempenhar o importante papel protetor que exercem sobre as estruturas da coluna. A falta de uso, a permanência prolongada em determinadas posições ou mesmo a fadiga por movimentos repetitivos provoca sobrecarga nas estruturas ligamentares e ósseas, levando à lesão e dor.

Além disso, o sedentarismo pode contribuir para o sobrepeso e a obesidade, o que, por sua vez, aumentam a sobrecarga muscular, favorecendo processos inflamatórios nos ossos e danos no disco intervertebral.

Já comentei em outros textos aqui e no meu Instagram que as abordagens mais atuais de tratamento demonstram que o repouso e métodos passivos exercem apenas um efeito momentâneo no alívio da dor. Muitos pacientes sentem medo do exercício e da atividade física, imaginando que vão sentir mais dor. Mas, se a inatividade se estender por tempo prolongado, pode colaborar para a piora do quadro.

Claro que cada caso precisa ser avaliado individualmente, mas de forma bem orientada e acompanhado pelo fisioterapeuta e/ou profissional de educação física, o exercício é fundamental na reabilitação, trazendo respostas fisiológicas mais positivas na resolução do problema.

Ao pensar em exercício, devemos indicar as possibilidades para cada caso, considerando nível de dor e capacidade física de cada um. Um programa de reabilitação e exercícios deve ser acompanhado pelo fisioterapeuta e/ou profissional de educação física e ter intensidade, frequência, volume e progressão da sobrecarga adequados para o paciente. Em muitas abordagens são avaliados e trabalhados os músculos estabilizadores da coluna, o abdômen como um todo, a musculatura do assoalho pélvico, o diafragma e também glúteos e músculos estabilizadores do quadril.

Para finalizar, quero reforçar que um problema crônico na coluna limita as atividades do dia a dia e afeta principalmente adultos na faixa etária economicamente ativa. Reabilitar um paciente não significa apenas aliviar a dor, mas torná-lo apto novamente a exercer suas ações diárias, incluindo a atividade física, o esporte, os encontros sociais e o lazer. Em caso de dor, não adie sua consulta. Procure um especialista.