O dia 20 de outubro foi escolhido como o Dia Mundial da Osteoporose. Por isso, decidi trazer neste mês o tema para contribuir com informação e conscientização da população. Quero falar especificamente sobre uma das principais complicações da osteoporose: as fraturas vertebrais.

Aa osteoporose é um problema de importância global e tem sido definida como uma doença “caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando ao aumento da fragilidade óssea e consequente aumento do risco de fratura”. As fraturas na coluna atingem mais de 1 milhão de pessoas por ano, aproximadamente. Ao contrário de outros tipos de fraturas que são consequência da osteoporose, as fraturas vertebrais geralmente não estão associadas a trauma.

Como você deve imaginar, a incidência de fraturas por fragilidade, osteoporose ou falhas das vértebras aumenta com a idade. Além disso, elas estão associadas a um aumento da morbidade e da mortalidade. Com o tempo, pode surgir uma dor crônica, que provoca diminuição da qualidade de vida e da capacidade de executar tarefas simples, fatores que contribuem para a baixa autoestima. Além disso, há o risco de outras fraturas por fragilidade, compressão da medula espinhal e alterações da função pulmonar.

O tratamento das fraturas osteoporóticas varia de acordo com a gravidade. Muitos casos não necessitam de cirurgia, e podem ser tratados com métodos focados no controle da dor e na prevenção de deformidades. Quando o canal medular está comprometido ou existe algum déficit neurológico, o tratamento mais indicado é a cirurgia, para que seja feita a descompressão medular. A vertebroplastia percutânea e a cifoplastia com balão são exemplos de procedimentos menos invasivos para esses casos.

Na vertebroplastia, o cimento ósseo é injetado na vértebra, o que ajuda a estabilizar a fratura vertebral, melhorando a resistência e a estabilidade. Já na cifoplastia com balão, o que se faz é criar uma cavidade na vértebra por meio de um balão inflável, fazendo com que se aumente a altura da vértebra.

Quero ressaltar que, após uma fratura por fragilidade óssea na coluna, existe um grande risco de novas fraturas. Por isso, o melhor caminho são as medidas preventivas secundárias, incluindo o tratamento medicamentoso para osteoporose.

E como preservar a densidade mineral óssea ao longo da vida? Sim, a partir da combinação de dieta equilibrada, exercício físico e eliminação do consumo de álcool e cigarro. E claro, incluir check-ups com especialistas a partir dos 50 anos. Afinal, quanto antes identificada a osteoporose, melhor é o prognóstico.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568