Você sabia que a densidade mineral óssea, ou seja, a quantidade de minerais por centímetro quadrado de osso, é considerada um indicador de risco indireto para osteoporose e fraturas? E será que a natação é um esporte indicado para ajudar na manutenção da densidade mineral?

Sendo bem direto, se o grande foco da prática de atividade física for este, então a natação pode não ser a melhor opção. Existem outros esportes que cumprem melhor o papel. Mas, claro, a água oferece outros benefícios ao corpo, que não devem ser desconsiderados. Vamos entender melhor sobre isso?

A saúde óssea tem grande importância para o corpo. Os ossos são como um arcabouço estrutural para sustentar os tecidos moles, fornecendo proteção aos órgãos. Além disso, o esqueleto faz parte de um importante sistema de alavancas que permite o movimento das partes do corpo e atua como um estoque de minerais, principalmente o cálcio.

A densidade mineral é mantida por um processo de formação e reabsorção de cálcio. Fatores bioquímicos e mecânicos influenciam nesse processo e existem duas variáveis que podem impactar tanto positiva como negativamente.

  • Alterações hormonais, como no caso da menopausa, e;
  • Ação de forças mecânicas, como compressões e impactos que acontecem nos diferentes tipos de atividade física.

Estímulos mecânicos promovidos por atividades esportivas, como cargas de tensão, tração ou compressão, são uma maneira não farmacológica para estimular a formação óssea. O que alguns estudos mostram é que pessoas que praticam esportes que promovem sustentação do próprio peso e/ou impactos associados a contrações musculares (cargas de tensão)

apresentam maior nível de densidade óssea. É o caso de todos os esportes em que a corrida está presente. Por outro lado, atividades que não requerem suporte de peso corporal ou cargas compressivas significativas, como natação e ciclismo, estão associadas à menor densidade óssea.

Mas isso não é totalmente um consenso. Atividades de baixo impacto também podem oferecer respostas positivas à saúde óssea de forma indireta. Embora essas atividades não produzam tantos efeitos osteogênicos quanto atividades de impacto, elas podem reduzir o risco de fraturas indiretamente pela manutenção da massa e força muscular.

Além disso, alguns estudos mostram níveis de densidade óssea dos braços e da coluna maiores em atletas nadadores do que nos não atletas. Isso vai depender de variáveis como idade, tempo de realização da atividade, duração e intensidade aplicada nas sessões de treinamento.

Em resumo, principalmente quando o nível de treinamento não é alto o suficiente, a natação não é a melhor prática indicada quando o foco é a preservação ou a melhora da densidade mineral óssea. Neste caso, os esportes que oferecem impacto executam melhor esse papel, auxiliando de forma indireta na prevenção da osteoporose.

No entanto, existem outros benefícios proporcionados pela natação. A própria ausência de impacto pode ser um ponto positivo quando a pessoa apresenta alguma lesão articular. Além disso, a manutenção da mobilidade, a ativação dos músculos da coluna e a ação sobre o sistema respiratório são benefícios que devem ser considerados.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568