O diagnóstico que inspirou uma profissão

Convenhamos: o meu trabalho não termina no consultório. E digo de peito aberto, sorriso no rosto e gratidão por ter encontrado a minha vocação. É por isso que dedico este espaço a todas as pessoas que buscam informação simplificada sobre patologias da coluna – minha área de atuação.

Mas antes de falar sobre a ortopedia propriamente dita, gostaria de convidar você a conhecer um pouco da minha história. Vamos juntos? Bom, logo na adolescência fui diagnosticado com uma comorbidade na coluna, chamada Doença de Scheuermann.

Basicamente, essa patologia consiste em um problema no desenvolvimento estrutural da coluna vertebral, que desencadeia uma postura curvada para frente (hipercifose) no paciente acometido. Além desse arqueamento da coluna, o paciente pode – embora não seja uma regra – apresentar dor severa. Até hoje, a etiologia da doença é desconhecida, contudo, acredita-se que, além dos fatores genéticos, os indivíduos com a patologia costumam ter níveis elevados do hormônio do crescimento (GH), de modo que esses costumam apresentar uma estatura acima da média.

Com tantas questões ainda não esclarecidas sobre a Doença de Scheuermann, imaginem só vocês na época em que fui diagnosticado. A começar pela primeira recomendação médica: estava determinantemente proibido a me submeter a atividades físicas. Mas, com a persistência das dores e outras avaliações, iniciei duas modalidades: ciclismo e musculação. Com a musculatura mais fortalecida e após uma avaliação de subgrupos, fui encaminhado a um novo esporte: a natação.

Por que estou contando isso? Por muito tempo, possivelmente, em algumas linhas mais ortodoxas atuais, pacientes com patologias sérias na coluna eram desencorajados a se exercitar. Hoje, sabemos que, com supervisão e prescrição adequadas, o esporte pode melhorar, e muito, a qualidade de vida desses pacientes. Falo isso com experiência pessoal e profissional. Atualmente, dedico a minha carreira para tratar complicações da coluna, por meio de métodos não-cirúrgicos ou, quando há necessidade, cirurgias minimamente invasivas.

Sejam bem-vindos a um espaço informativo, onde compartilharei com vocês, desde novas abordagens até minha paixão pelo Triathlon.