A dor crônica na coluna é uma condição que afeta pessoas em todo o mundo e pode afetar consideravelmente sua qualidade de vida. Ao contrário de dores passageiras, a dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses e pode ter causas diversas, como hérnia de disco, artrose ou lesões repetitivas. Além do desconforto físico, essa condição também provoca um impacto profundo na saúde emocional e mental do paciente, criando um ciclo difícil de quebrar. Por afetar o humor e o estado emocional, ocorre uma intensificação da percepção da dor.

Como a experiência de dor não é apenas física, mas também emocional e psicológica, é fundamental a integração da saúde mental no tratamento da dor crônica. Pacientes que convivem com essa condição frequentemente enfrentam ansiedade, depressão e isolamento social, que agravam ainda mais o quadro clínico. Por isso, uma abordagem interdisciplinar, que inclua a atuação de psicólogos ao lado de médicos e fisioterapeutas, é essencial para abordar as múltiplas facetas da dor.

O papel do psicólogo no manejo da dor vai além de oferecer suporte emocional. Esses profissionais ajudam os pacientes a compreenderem a ligação entre mente e corpo, ensinando técnicas para lidar com o estresse e as emoções negativas. Além disso, o psicólogo trabalha para identificar e modificar pensamentos disfuncionais, como “nunca vou melhorar” ou “sou incapaz de lidar com isso”, que podem aumentar a percepção da dor. Ao promover uma mentalidade mais positiva e resiliente, esses profissionais contribuem diretamente para o sucesso do tratamento.

Outro aspecto importante da saúde mental no manejo da dor é a sua influência na adesão ao tratamento. Muitos pacientes abandonam processos terapêuticos por acreditarem que os resultados não virão ou por não se sentirem motivados. Com a intervenção psicológica, é possível aumentar o engajamento do paciente, ajudando-o a aceitar sua condição e a entender a importância de continuar com as estratégias terapêuticas propostas, como fisioterapia, exercícios físicos e ajustes no estilo de vida.

Por fim, é essencial entender que a saúde mental não é apenas um complemento no tratamento da dor crônica, mas sim uma parte importante de um plano terapêutico eficaz. A abordagem que considera o paciente como um todo, permite não apenas aliviar os sintomas físicos, mas também melhorar a qualidade de vida de forma duradoura. Com o suporte certo, os pacientes podem aprender a viver com menos dor, mais autonomia e maior bem-estar emocional.

Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568