A dor lombar afeta os seres humanos há milhares de anos e, embora não letal, exerce um impacto na população, podendo levar à incapacidade em diferentes níveis. Por ser uma queixa comum, porém, não significa que deve ser ignorada. Quando se torna persistente ou se intensifica, a dor pode ser um sinal de agravamento da doença, indicando cuidados específicos para evitar uma piora.

No entanto, devemos tomar cuidado no processo de investigação sobre a causa dessa dor. Se você tem protrusão discal ou abaulamento do disco, saiba que nem sempre a dor nas costas está acontecendo por esse motivo. Vamos entender melhor?

Em primeiro lugar, é importante entender que protusão e hérnia discal não são a mesma coisa. A protrusão ocorre quando o disco intervertebral, responsável por amortecer as vértebras, sofre uma leve deformação. Isso acontece por conta da pressão contínua contra o disco que a coluna sofre. No caso da protrusão, significa que essa pressão levou a uma distensão ou saliência do anel fibroso que envolve os discos devido ao seu achatamento ou abaulamento quando enfraquecido. Já na hérnia de disco, o que ocorre é uma ruptura do anel fibroso fazendo com que núcleo pulposo se projete para além do anel, saindo da cavidade que o contém.

A protrusão é uma condição que costuma ser observada com frequência nos consultórios de ortopedia. A grande maioria das pessoas depois dos 30 anos tem abaulamento devido a desidratação do disco e não apresenta dor nenhuma. Então, nada de pânico com essa informação, pois não é verdade que a protrusão antecede a hérnia. Aliás, a hérnia de disco pode aparecer sem que tenha ocorrido uma protrusão anteriormente. Inclusive, sabemos que existem atletas de elite que provavelmente apresentam alterações degenerativas, com protusão ou abaulamento, e atuam em alta performance sem nenhuma limitação.

Mas quero reforçar aqui o que sempre digo: não ignore a dor. Na presença de sintomas é importante buscar um especialista para avaliar o seu caso. O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença, permitindo que tratamentos menos invasivos, como fisioterapia ou exercícios específicos, sejam eficazes. Mas, independentemente disso, mesmo quando os sintomas não estão presentes, cuidar da sua coluna hoje faz toda a diferença no futuro.

Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568