No dia 4 de março celebra-se o Dia Mundial da Obesidade. Um dos objetivos da data é aumentar a consciência sobre os problemas que podem estar associados à obesidade, e a lombalgia é um deles. Vamos entender por quê?

É claro que nossa coluna foi projetada para suportar o peso do corpo, nos mantendo na postura ereta. Mas, como você talvez já tenha experimentado na prática, também é uma região suscetível à dor.

Podemos dividir as causas da lombalgia em causas específicas ou causas inespecíficas, que não tem uma causa aparente e também são chamados de idiopáticas. Além disso, os fatores relacionados à dor lombar são definidos como intrínsecos, como processos inflamatórios, metabólicos e degenerativos, ou extrínsecos, que são aqueles associados à mecânica postural e à sustentação de peso de acordo com os estímulos.

É aí que entra o excesso de peso. A obesidade é considerada uma patologia. Pode ter origem genética, hereditária e está relacionada ao controle alimentar. O acúmulo de tecido adiposo no organismo pode provocar graves repercussões no corpo. De acordo com o IBGE, o número de pessoas obesas ultrapassa os 41 milhões no Brasil.

Existe uma associação entre a dor lombar e a obesidade. O que as pesquisas têm indicado é que isso está diretamente relacionado ao aumento do tecido adiposo no corpo como um todo, provocando uma sobrecarga.

Todo mundo sabe que o exercício físico é um recurso com poucos efeitos colaterais ou adversos indicado para controle do peso e ganho de resistência, flexibilidade e força. Mas não é só isso. Exercícios podem ser uma alternativa de tratamento conservador de baixo custo para o controle da dor lombar em pessoas obesas.

Diversas pesquisas têm sido realizadas nesse sentido, e, olha que interessante, não existe uma relação direta entre a diminuição da dor e a perda do peso. Ou seja, mesmo que a pessoa não perca massa corporal em um primeiro momento, algumas modalidades de exercício podem contribuir para minimizar a dor lombar.

O mecanismo pelo qual isso acontece é complexo e ainda existe a necessidade de mais estudos para se determinar qual tipo de exercício, duração e frequência são mais indicados. O que se observa é que exercícios de resistência e extensão do tronco promovem melhora significativa na qualidade de vida das pessoas obesas com lombalgia por conta do alívio da dor e da melhora da capacidade funcional. Claro, uma dieta associada ao exercício aumenta os benefícios tanto da dor quanto da redução da massa corporal.

Está aí mais um motivo para que todas as pessoas obesas coloquem a atividade física como prioridade. Viver com dor, principalmente quando se torna crônica, não é algo fácil. Procure um profissional especializado e boa prática!


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568