Você sabe o que é?
Se você me acompanha por aqui ou nas minhas redes sociais, já deve estar familiarizado com o termo “mielopatia”, certo? E hoje vamos falar de um tipo específico desse quadro: a mielopatia espondilótica cervical. Calma, eu sei que esse nome parece complicado, mas vou explicar de uma forma bem simplificada. Vamos lá?
Só para contextualizar, a medula espinal começa na base do cérebro e desce pelo canal espinal – um tubo fechado feito de ossos, cartilagem e tecido ligamentar – e transmite sinais eletroquímicos entre o cérebro e o corpo.
A mielopatia ou danos na medula espinal podem ocorrer por várias razões, sendo a mais comum a compressão da medula, quadro que interrompe a transmissão normal do nervo. Artrose da coluna vertebral ou espondilose são as causas mais recorrentes de compressão da medula espinal.
Já a espondilose refere-se às alterações degenerativas – muitas vezes relacionadas ao envelhecimento. Tais alterações incluem degeneração do disco, esporões ósseos (osteófitos/bicos de papagaio), etc.
Bom, dessa forma, a mielopatia espondilótica cervical é uma lesão medular causada por espondilose (degeneração) na coluna cervical (pescoço). Essa condição afeta as fibras da medula, responsáveis por transmitirem impulsos para os braços, mãos e pernas. Como resultado, o indivíduo pode sentir fraqueza, dormência, formigamento ou, em alguns casos, dor na região.
E também existem outros sintomas que podem surgir. São eles:
- Dormência das mãos;
- Falta de jeito nas mãos (queda de objetos);
- Fraqueza nos braços e/ou mãos;
- Rigidez nas pernas (“andar como um robô”);
- Dificuldade de andar;
- Perda de equilíbrio;
- Urgência urinária;
- Dor cervical – pode estar presente, mas geralmente não é uma queixa significativa.
E o diagnóstico?
Sabendo que essa patologia pode ser confundida com várias outras, a avaliação envolverá análise e profundo conhecimento do histórico do paciente, assim como exames de imagem, como ressonância magnética.
O tratamento consiste em descomprimir a medula espinal (remover a pressão dela); e isso é feito por meio de cirurgia. A boa notícia é que existem métodos minimamente invasivos, como é o caso da discectomia endoscópica. Por outro lado, é importante dizer que a conduta será diferente em cada paciente e esta será definida mediante a avaliação do seu médico.