A Copa do Mundo está chegando e, no país do futebol, uma das perguntas que aparece é: será que a prática recreativa, geralmente no fim de semana, ajuda ou prejudica a saúde óssea e muscular? Uma boa notícia: a prática de futebol, mesmo em nível recreativo, a famosa “pelada”, pode levar a um aumento de conteúdo mineral ósseo, densidade mineral óssea e força e à redução da gordura corporal. Vamos entender mais sobre o assunto.

Em primeiro lugar, quero lembrar que a prática de atividade física traz diversos benefícios ao corpo, enquanto a inatividade coloca a saúde em risco. Quando nos movimentamos, aumentamos o gasto energético, favorecendo o combate à obesidade e a distúrbios metabólicos crônicos. É por esse motivo que atualmente falamos tanto em uma medicina baseada no estilo de vida, chamando a atenção para a prática esportiva.

A adiposidade, principalmente na vida adulta, pode levar a diversos distúrbios metabólicos, que são fatores de risco para síndrome metabólica e mortalidade por doenças cardiovasculares. Por outro lado, a massa magra parece ser protetora contra a mortalidade por doenças cardiovasculares.

Outro ponto importante na sociedade moderna é a saúde óssea. Com o crescente envelhecimento populacional, manter a densidade mineral óssea ao longo da vida contribui para a prevenção de fraturas, garantindo a manutenção da função e da qualidade de vida.

E adivinha? Além de contribuir para a saúde metabólica, mental e cardiovascular, independentemente da idade e sexo, a atividade física também contribui para o aumento do conteúdo mineral ósseo em resposta ao exercício de força muscular.

Mas o que o futebol tem a ver com tudo isso?

Tem sido observado que a prática de futebol, por conta das suas cargas mecânicas, promove o aumento do conteúdo mineral e da densidade mineral óssea em todo o corpo, sendo significativo em regiões específicas como coluna lombar, membros superiores e inferiores.

Além disso, programas esportivos podem impactar no balanço energético e, portanto, favorecem a manutenção da massa corporal ideal, promovem melhora dos indicadores de saúde óssea. O interessante é que esse benefício para os ossos persiste mesmo quando a prática esportiva não está associada a altos níveis de competição.

Mas por que isso acontece?

Em primeiro lugar, devemos considerar o impacto mecânico associado ao futebol. Em segundo lugar, o futebol é jogado ao ar livre, portanto, os jogadores de futebol tendem a ter níveis mais altos de vitamina D, que é associada a maior conteúdo e densidade mineral óssea.

Mas calma, isso também depende do volume e da frequencia de treino. Não é porque você joga uma vez ou outra que os benefícios estão garantidos. É preciso que, mesmo em caráter recreativo, a prática seja constante.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568