Mancar, como você já deve imaginar, é um sintoma que indica que algo não está normal no corpo. Uma resposta do organismo que tenta proteger uma articulação que está inflamada, lesionada ou desgastada. Vamos entender o porquê disso acontecer?

Em primeiro lugar, é interessante você saber que o nosso modo de andar é conhecido como marcha. Quando está alterada, fugindo dos padrões normais, indica desequilíbrio, desgaste, inflamação ou lesão. Algumas doenças da coluna podem levar a pessoa a mancar, em outras palavras, a claudicar. É um sintoma visível e a claudicação pode ou não estar acompanhada de dor.

Uma das doenças que leva à claudicação é a estenose lombar. Caracterizada pelo estreitamento do canal espinhal, a estenose gera compressão dos nervos e compromete a função nervosa. Assim, surgem sintomas relacionados a essa compressão, tais como:

  • Dor na região lombar baixa ou glúteos
  • Dor que irradia para as pernas, seguindo o trajeto do nervo
  • Sensação de formigamento, choque ou cãibras nas pernas
  • Cansaço ou sensação de peso nas pernas
  • Dificuldade para andar

Quando há diminuição do espaço do canal vertebral, a estenose também pode afetar a medula espinhal. Este tipo de estenose é conhecida como central. O sintoma clássico é a claudicação neurogênica, com dor nos membros inferiores, alteração na sensibilidade e diminuição da força em progressão insidiosa e lenta. Esses sintomas aparecem durante a marcha ou ao levantar-se e são aliviados quando o paciente se senta, inclina-se para frente ou se deita.

Com o avanço do processo degenerativo, pode ocorrer anquilose do segmento comprometido, que é quando os ossos se fundem e a articulação perde sua mobilidade. Isso pode levar à piora do quadro clínico, com dor mesmo durante o repouso, e alterações neurológicas mais graves, como síndrome da cauda equina ou bexiga neurogênica.

Portanto, mancar pode ser um sinal de estenose lombar e acontece por conta da compressão nervosa causada pelo estreitamento do canal vertebral. Cada caso deve ser avaliado individualmente para que o tratamento mais adequado seja indicado. Existem opções de tratamento conservador, com medicações, infiltrações e fisioterapia. E em alguns casos o tratamento pode ser cirúrgico, a partir da realização de descompressão ou fusão, dependendo da especificidade.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568