Você sabia que os músculos têm papel fundamental na estabilização da coluna e que sua função é prejudicada na presença de lesões, como a hérnia de disco? E sabia que, com o envelhecimento e a inatividade, as fibras musculares podem acabar com menor volume e substituídas por gordura? Vamos entender mais sobre isso?

Na presença de uma lesão discal, toda a mecânica e fisiologia da coluna sofre alteração, gerando, principalmente, a diminuição da capacidade de transmitir as cargas. Isso significa que quando existe esse tipo de lesão, as vértebras e o disco não estão em seu funcionamento adequado e os músculos, responsáveis pelo mecanismo de estabilização ativa da coluna, passam a ser mais exigidos.

No entanto, o que observamos nas lesões discais é que os músculos multífidos, os mais profundos da coluna lombar inferior, apresentam hipotrofia nos casos de lombalgia e hérnia discal, por exemplo. Ou seja, ocorre uma perda das fibras, com diminuição do volume do músculo. Não se sabe ainda o que veio primeiro. Se os músculos hipotrofiados causam a lesão ou se é a lesão que provoca a diminuição muscular.

Um fato interessante é que essa diminuição das fibras musculares também é acompanhada pelo aumento de tecido gorduroso no músculo. E uma coisa afeta a outra. Quanto mais gordura, maior a hipotrofia das fibras e, como a quantidade de força depende em parte da área muscular, isso leva à menor a capacidade de contração. O resultado é que a estabilização da coluna fica prejudicada.

E como saber se existe essa tal infiltração gordurosa no músculo?

Um exame frequentemente solicitado para diagnóstico da lombalgia é a ressonância magnética. É o principal recurso não invasivo para avaliar a condição do disco intervertebral. E permite também saber o quanto de gordura está infiltrada nas fibras musculares. Isso nos dá uma ideia da condição daquele músculo no paciente que apresenta dor. Essa análise auxilia no diagnóstico e ajuda os profissionais envolvidos na reabilitação da coluna.

Lembre-se sempre que, em caso de dor, é preciso procurar um especialista para avaliar o seu caso e iniciar o tratamento mais adequado. Quanto antes, melhor.


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568