A dor lombar desaparece depois do parto?

Apesar de alguns estudos indicarem que mulheres são mais propensas à dor na coluna, não existe ainda um consenso sobre o motivo para que isso aconteça. A gravidez é um dos fatores muito estudados por ser um período em que ocorre uma mudança hormonal significativa, além de alteração nas curvas da coluna e no alinhamento da pelve. Somando o ganho de peso, tudo isso contribui para o aparecimento de dor na região lombar durante a gestação, já que leva à sobrecarga do sistema musculoesquelético. Mas será que depois do nascimento do bebê essa dor desaparece ou existe chance dela permanecer?

Um estudo publicado recentemente na revista Spine investigou a associação entre ganho de peso durante a gravidez e dor lombar persistente após o parto. Foram analisadas 330 mulheres aos 4 meses após o parto e que tiveram dor lombar durante a gravidez. O resultado mostrou que 34,1% das mulheres tiveram lombalgia persistente mesmo após o parto, e destas, as mulheres com ganho de peso gestacional maior ou igual a 15kg tiveram uma prevalência mais alta, indicando que quanto maior o ganho de peso, maior a tendência da dor persistir após o parto.

O estudo mostrou, então, que o ganho excessivo de peso durante a gravidez é um dos fatores de risco para a lombalgia persistente. E sugere que o controle adequado do peso durante a gravidez pode ajudar a prevenir a dor lombar persistente após o parto, prevenindo, consequentemente, outros fatores associados como o afastamento do trabalho e sintomas emocionais – por exemplo, a depressão que pode aparecer devido à dor persistente.

Por esses e outros fatores, é muito importante que a gestante fique atenta ao ganho de peso consumindo uma dieta balanceada, se necessário com acompanhamento de um nutricionista. E, além disso, é importante seguir ou começar a prática de atividade física direcionada a essa fase gestacional para manter a flexibilidade e a força muscular adequadas para a coluna.

Como sempre, gosto de reforçar: procure um profissional para te orientar e avaliar o seu caso de forma individualizada. O melhor caminho é a prevenção.

 

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Dr. Rafael Barreto – CRM 122.568