Uma das maiores queixas em consultórios médicos, a dor lombar é a causa mais frequente de limitação das atividades em pessoas com menos de 45 anos de idade. Isso tem um impacto econômico e social, por afetar as atividades de trabalho e a qualidade de vida dessas. Não poderia, então, deixar de abordar o tema aqui no Blog e neste artigo vamos conversar sobre questões importantes que estão relacionadas à dor lombar e a degeneração do disco.

Quero começar dizendo que, apesar de muitas pessoas ficarem preocupadas com a possibilidade de precisar fazer uma cirurgia, na maioria dos pacientes com dor lombar os sintomas desaparecem dentro de 6 semanas. No entanto, a recuperação pode ser mais lenta em pacientes com a ciatalgia associada. E quando a dor é crônica, persistindo por mais de 12 semanas, o grau de recuperação é ainda mais lento e incerto.

A causa da dor lombar é complexa e multifatorial. Certas situações, como trauma, fratura, estiramento muscular, lesão óssea ou paravertebral devido a neoplasias, infecções, espondilite anquilosante, protusão ou hérnia de disco são reconhecíveis como causas específicas para dor lombar. Mas, em cerca de 85% dos casos de lombalgia não é possível diagnosticar uma causa. Esses casos são classificados como lombalgia idiopática ou inespecífica.

Sobre a classificação o American College of Physicians e a American Society of Pain recomenda que a dor lombar seja classificada em três categorias:

1) dor lombar inespecífica ou idiopática;

2) dor lombar potencialmente associada à compressão dos nervos ou estenose do canal vertebral; e

3) lombalgia associada a causas específicas.

Mais recentemente, certas estruturas anatômicas têm sido consideradas prováveis causas de lombalgia. Esses casos também apresentam etiologia multifatorial, com possível origem em elementos discais ou ligamentares, facetas articulares e músculos paravertebrais. O processo de degeneração discal está associado a perda de hidratação e de proteoglicanos do núcleo, com alterações bioquímicas progressivas. Em estágios mais avançados, estão associadas à perda da integridade da matriz celular, perda de suporte e degeneração da parte fibrosa do disco. Isso leva a alterações na morfologia do disco, como por exemplo abaulamento e fissuras discais, redução de altura, perda de suporte biomecânico e colapso discal.

E existe relação entre o nível de dor e de perda da função e o grau de degeneração discal? Os estudos indicam que sim, a discopatia degenerativa influência na causa da dor lombar idiopática ou na dor discogênica, seja por acentuar a instabilidade da coluna, que sobrecarrega as demais estruturas, ou por inflamação ao redor do ânulo fibroso, estimulando fibras que transmitem a informação de dor.

Para finalizar quero te lembrar que sua coluna tem imensa importância na qualidade de vida e quando existe dor e lesão, independente da causa, afeta a convivência, o trabalho, as relações e até os planos. Por isso, cuide dela mantendo um estilo de vida saudável.

Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568