São muitos os pacientes que chegam aos consultórios com queixas de dores na coluna. São tantos que as doenças da coluna são consideradas um problema de saúde pública. Infelizmente não existe, até o momento, nenhuma terapêutica capaz de regenerar o que já está desgastado. Mas, com medidas específicas e direcionadas, é possível prevenir e até desacelerar o processo de degeneração. Para isso, além de cuidados posturais e um estilo de vida saudável, é recomendado um acompanhamento da saúde da coluna a partir de avaliações funcionais. Vamos entender como isso é feito?

O que é uma avaliação funcional?

A avaliação funcional é um tipo de análise que serve para identificar desequilíbrios, posturas incorretas, disfunções e vícios ou erros durante a execução de movimentos específicos. É feita por profissionais de saúde e inclui anamnese, questionários e testes que ajudam a identificar onde está o problema. Isso direciona a abordagem de tratamento e permite orientações específicas para que os exercícios tenham melhor efetividade.

Como é feita a avaliação funcional?

A primeira etapa é a entrevista. É quando o paciente fala sobre aquilo que está sentindo. Deve ser realizada de forma tranquila para que ele possa se expressar na sua linguagem. Esta entrevista é composta por:

1. História e anamnese:

É a identificação do paciente. Na anamnese estão contidas informações básicas, como idade, gênero, peso e altura. Deve ser investigada a rotina do paciente, sua atividade laboral, o estilo de vida, informações sobre atividade física, consumo de álcool, tabagismo etc. A intenção nesta parte da avaliação é encontrar pistas que possam estar relacionadas ao aparecimento dos sintomas ou que predisponham uma degeneração.

2. Sinais e sintomas específicos

Após coletar os dados de identificação e da história do paciente, investiga-se mais profundamente os sinais e sintomas. É importante identificar a localização e intensidade da dor – se é leve, moderada ou intensa.

Também é importante descobrir se o início foi súbito ou gradual, se é uma dor contínua ou intermitente, se aparece no repouso ou no movimento, se irradia ou é somente local. Além disso, deve-se investigar fatores agravantes e fatores que aliviam os sintomas.

Depois da entrevista, dá-se início ao exame físico, no qual o profissional coleta de forma sistemática dados de alterações posturais e desequilíbrios musculares. O exame físico pode conter diferentes etapas, como:

  1. Inspeção estática e exame postural: alterações posturais, congênitas ou adquiridas por hábitos, são elementos que podem favorecer ou agravar os sintomas. Nesta parte da avaliação observa-se o paciente em pé e também durante a marcha.
  2. Inspeção dinâmica: o movimento também deve ser avaliado para cada um dos segmentos da coluna, observando-se a amplitude, rigidez e dor.
  3. Palpação: com o paciente sentado ou deitado, avalia-se a sensibilidade dolorosa à palpação dos processos espinhosos e também alterações do tônus muscular.
  4. Avaliação da força muscular: desequilíbrios da força muscular, principalmente dos músculos do quadril e do core, devem ser detectados para prevenir compensações e deformidades permanentes.
  5. Exame neurológico: os reflexos, a sensibilidade e a força muscular de grupos específicos são testados a fim de detectar comprometimento de raízes nervosas.

Como você pode perceber, a avaliação da coluna é riquíssima e cheia de detalhes que nos contam sobre o estado das articulações, permitindo que se tenham ações de prevenção e que impeçam o avanço de possíveis degenerações. Você já realizou uma avaliação como essa?


Dr. Rafael Barreto – CRM/SP 122.568